Preciso de um ímpeto,
De um motor de arranque!
Quero sair deste palanque,
Desta farsa greco-romana!
Não tenho pachorra
Para a natureza humana,
Na sua forma mais pequena
Ou mais ufana...
Quero acreditar na sinceridade,
Que é possível existir honestidade,
Que nem tudo é sórdido,
Ou mórbido.
Quero acreditar na beleza
Ainda que apenas a veja na natureza.
Quero acordar com vontade de respirar
Com vontade de viver e de lutar
Por uma realidade com sentido,
Com justiça, com amor imprimido!
Lisboa, 29 de Outubro de 2007
Carla Mondim
Monday, October 29, 2007
Friday, October 26, 2007
Afagos
Pela manhã encontrei uma nuvem
Que me ofereceu o regaço.
O sol do meio-dia
Aqueceu-me o coração.
As pedras do chão desviaram-se
Para me deixarem passar.
Um passarinho cantou-me
Ao ouvido uma linda canção.
Os ramos das árvores esticaram-se
Para me abraçar.
O vento apaziguou-se,
Uma doce brisa veio-me beijar.
A noite convidou-me a
No seu leito descansar
E a lua prometeu o meu sono velar.
Lisboa, 26 de Outubro de 2007
Carla Mondim
Que me ofereceu o regaço.
O sol do meio-dia
Aqueceu-me o coração.
As pedras do chão desviaram-se
Para me deixarem passar.
Um passarinho cantou-me
Ao ouvido uma linda canção.
Os ramos das árvores esticaram-se
Para me abraçar.
O vento apaziguou-se,
Uma doce brisa veio-me beijar.
A noite convidou-me a
No seu leito descansar
E a lua prometeu o meu sono velar.
Lisboa, 26 de Outubro de 2007
Carla Mondim
Wednesday, October 24, 2007
Apegos
Um apego – uma pedra de apoio.
Uma pedra – um tropeção.
Um tropeção – um sofrimento.
Um sofrimento – uma morte.
Uma morte – um renascimento.
Um renascimento – uma adaptação.
Uma adaptação – um crescimento.
Um crescimento – uma aprendizagem.
Uma aprendizagem – um aperfeiçoamento.
Lisboa, 24 de Outubro de 2007
Carla Mondim
Uma pedra – um tropeção.
Um tropeção – um sofrimento.
Um sofrimento – uma morte.
Uma morte – um renascimento.
Um renascimento – uma adaptação.
Uma adaptação – um crescimento.
Um crescimento – uma aprendizagem.
Uma aprendizagem – um aperfeiçoamento.
Lisboa, 24 de Outubro de 2007
Carla Mondim
Sunday, October 21, 2007
Flutuação semântica
Deito o meu corpo nas ondas do mar.
Flutuo na espuma
leve como uma pluma.
A água salgada limpa-me a alma
E as algas nutrem-me a pele.
A maré a embalar-me
Conduz-me para dentro do oceano,
Longe do mundo profano.
Restabeleço-me da sofismação dialéctica,
Do tédio e do aborrecimento,
Da banalidade deprimente,
Da espécie de morte de quem vive
A vida vegetando.
Lisboa, 21 de Outubro de 2007
Carla Mondim
Flutuo na espuma
leve como uma pluma.
A água salgada limpa-me a alma
E as algas nutrem-me a pele.
A maré a embalar-me
Conduz-me para dentro do oceano,
Longe do mundo profano.
Restabeleço-me da sofismação dialéctica,
Do tédio e do aborrecimento,
Da banalidade deprimente,
Da espécie de morte de quem vive
A vida vegetando.
Lisboa, 21 de Outubro de 2007
Carla Mondim
Monday, October 15, 2007
Em alto mar
Sou barco no alto mar.
Desfaço-me da carga
Supérfula para não naufragar.
Deito fora os caixotes cheios de nada,
As molduras já sem sentido,
A mágoa das dores passadas,
As memórias enferrujadas...
Sou barco no alto mar,
Tenho o ânimo da descoberta
De ilhas exóticas de beleza sem fim,
De mares de azul turquesa,
Da fruta madura a adoçar-me os lábios
E da música dos pássaros a embalar-me o sono.
Sou barco em alto mar,
Com determinação, com rumo,
Com nível e com prumo!
Lisboa, 15 de Outubro de 2007
Carla Mondim
Desfaço-me da carga
Supérfula para não naufragar.
Deito fora os caixotes cheios de nada,
As molduras já sem sentido,
A mágoa das dores passadas,
As memórias enferrujadas...
Sou barco no alto mar,
Tenho o ânimo da descoberta
De ilhas exóticas de beleza sem fim,
De mares de azul turquesa,
Da fruta madura a adoçar-me os lábios
E da música dos pássaros a embalar-me o sono.
Sou barco em alto mar,
Com determinação, com rumo,
Com nível e com prumo!
Lisboa, 15 de Outubro de 2007
Carla Mondim
Monday, October 1, 2007
O voo do réptil
Nos ramos a bambolear
Está o animal rastejante a querer voar.
Quando nasceu disseram-lhe ser ave
Passando os dias a mirar o céu
À espera que as suas asas crescessem.
Uma ocasião subiu trôpego a uma árvore
E com um passo hesitante equilibrou-se num ramo.
Aí ficou quedo, captando o mundo com alma de pássaro.
Nesses dias sentiu a liberdade nas asas do coração.
O seu olhar fitou o céu como quem voa,
Sentindo o vento a bater-lhe de mansinho
E as nuvens a oferecerem-lhe o desejado ninho.
Do topo da árvore, da qual já não desce até à terra,
Passa os dias em voo contínuo, em eterno êxtase,
Abraçando o céu!
Lisboa, 01 de Outubro de 2007
Carla Mondim
Está o animal rastejante a querer voar.
Quando nasceu disseram-lhe ser ave
Passando os dias a mirar o céu
À espera que as suas asas crescessem.
Uma ocasião subiu trôpego a uma árvore
E com um passo hesitante equilibrou-se num ramo.
Aí ficou quedo, captando o mundo com alma de pássaro.
Nesses dias sentiu a liberdade nas asas do coração.
O seu olhar fitou o céu como quem voa,
Sentindo o vento a bater-lhe de mansinho
E as nuvens a oferecerem-lhe o desejado ninho.
Do topo da árvore, da qual já não desce até à terra,
Passa os dias em voo contínuo, em eterno êxtase,
Abraçando o céu!
Lisboa, 01 de Outubro de 2007
Carla Mondim
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