Numa escalada determinada
Em direcção ao cume da montanha
Saboreio, com suor no rosto, a paisagem que se desenha à minha frente.
Não me detenho mais com ela,
Tenho um objectivo maior
Que é atingir o topo que me promete o descanso.
Agarro-me com afinco às saliências da rocha
Para não cair desamparada.
Sinto os braços cansados,
Mas ainda assim continuo o meu caminho.
Olho para cima e vejo onde quero chegar.
Mais um esforço, um pouco mais de empenho
E sei que estou perto.
Desafio os meus limites, esmoreço e retempero-me
Com a aproximação.
Mais um esforço...estou a tocar-te,
E apercebo-me que é ilusório o cume da montanha,
Sem fim.
A escalada continua e o que me parecia pensar chegar a ti,
Está cada vez mais longínquo.
Ainda não te consegui alcançar...
Na vida, sucedem-se até a morte os cumes da montanha.
Lisboa, 26 de Março de 2007
Carla Mondim
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1 comment:
A seguir a um poema impressionista, segue-se um realista...
Nessa escalada de que falas a mim fazia-me agora falta era a neve... que saudades...
Joana
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