Monday, October 1, 2007

O voo do réptil

Nos ramos a bambolear
Está o animal rastejante a querer voar.
Quando nasceu disseram-lhe ser ave
Passando os dias a mirar o céu
À espera que as suas asas crescessem.
Uma ocasião subiu trôpego a uma árvore
E com um passo hesitante equilibrou-se num ramo.
Aí ficou quedo, captando o mundo com alma de pássaro.
Nesses dias sentiu a liberdade nas asas do coração.
O seu olhar fitou o céu como quem voa,
Sentindo o vento a bater-lhe de mansinho
E as nuvens a oferecerem-lhe o desejado ninho.
Do topo da árvore, da qual já não desce até à terra,
Passa os dias em voo contínuo, em eterno êxtase,
Abraçando o céu!


Lisboa, 01 de Outubro de 2007

Carla Mondim

6 comments:

Joana Roque Lino said...

E ao rebentar as correntes do pensamento fez-se asas de corpo celeste e voou mais livre e belo que qualquer pássaro a quem Deus ofereceu as torrentes de ar... um beijo grande, amiga!

irneh said...

Muito bonito, o teu poema.
Beijinhos

Carlos Ramos said...

Pricepezinho esse que invadiu o teu poema.

Bj.

tchi said...

O espírito é útil nas pequenas coisas da vida, o coração é necessário nas grandes».
C. Diane

Rui Caetano said...

Interessante e sgestivo o poema. Gostei muito. O voo é sempre recompensador e libertador.

CMondim said...

Puxa, o meu blog já chegou à Madeira!
Sinto-me lisonjeada :)

bjs a todos os leitores da minha poesia!