Tuesday, April 3, 2007

Ignição

No meio da escuridão
Acende-se um fósforo,
Abre-se uma janela,
Desenha-se um caminho.
Não é plano ou linear,
Tem curvas e contracurvas,
Há rochas e montanhas a vencer.
A vegetação é densa e os espinhos
Magoam-me os pés descalços.
O sol e a chuva acompanham-me na viagem,
O vento empurra-me para trás e
O frio da noite dá lugar ao calor da manhã.
O caminho estende-se à minha frente
Até ao limite que os meus olhos conseguem alcançar.
Não paro, jamais...
O cansaço está escrito no meu rosto,
Mas a vontade de chegar a um porto seguro
Tudo suporta, tudo vence, tudo conquista.
Rasgo o limite e acende-se outro fósforo....

Lisboa, 3 de Abril de 2007

Carla Mondim

2 comments:

spring said...

a poesia atravessa a linguagem dos desertos, ela possui a água que nos oferece a vida
uma boa Páscoa
paula e rui lima

Anonymous said...

Faz lembrar as cançoes da Cássia Eller mas sem a sua voz dorida.

AbD