Sunday, April 22, 2007

A metafísica do amor

O amor é um estado de graça,
Ou o veiculo que te precipita
Inexoravelmente no seio
Da desgraça?
É verdade que o amor
Te toca com a magia
Que te faz olhar para o mundo,
Descobrindo e interpretando,
Nos mais pequenos detalhes,
A perfeição das coisas.
O amor transforma-te numa pessoa melhor.
É tolerante, é vivo e
Funciona, até, como um calmante,
Que te permite ultrapassar com suavidade
Os níveis de maior dificuldade
Do vídeo game chamado vida.
Mas depois, o amor tem a outra face:
A que te magoa e deixa feridas,
A que põe fim a um enlace,
Que previas intemporal.
E para apagar a dor,
Chegas a pensar que tens que apagar
Esse amor dentro de ti.
E como em tudo, fecha-se um ciclo
E inesperadamente revive-se a alegria e depois a dor.
Este é o amor egoísta.
Mas existe o amor livre e desprendido,
Que te liberta da ansiedade do esperar
E da avidez do cobrar
Mais um beijo, mais um abraço.
Então, o amor traça um caminho até ao outro
E um dia regressa a ti,
Por distintos caminhos - por actos,
Por palavras e sorrisos
Vindos de alguém.


Lisboa, 22 de Abril de 2007

Carla Mondim

9 comments:

pirritantes said...

Visitem:

http://portugueses-irritantes.blogspot.com/

e ajudem a eleger aquele que será o mais irritante de todos os portugueses para os seus próprios compatriotas.

PARTICIPA!

spring said...

olá!
dizem que o amor perfeito não existe, mas por vezes ele acontece e esse é o segredo mais bem guardado do mundo.

no cinema recomendamos sempre esse filme intitulado "Love Affair"/"O Amor da Minha Vida" com a Annette Bening e o Warren Beatty, porque aquele filme é um pouco a história da vida deles.

PS- Não perca "O Meu Tio" do Jacques Tati é simplesmente genial:)
uma boa semana***
paula e rui lima

Anonymous said...

Não sei se se pode chamar "amor egoista". O amor existe em relação a outro/outros, ou, caso seja do próprio, passa a chamar-se de narcisista e não é desse que tratas no teu poema, Flor etérea...

CMondim said...

sign your comments pls, s'il vous pait, bitte!

CMondim said...

caro Anónimo/a: o amor egoísta de q falo será o amor centrado no receber. parece-me que um amor mais saudável será mais desprendido do receber, será aquele em que se dá (naturalmente pq existirá reciprocidade em relação ao sentimento de outrém), mas em que o dar é um prazer que se reflecte em ti. Ou seja, tu és um espelho e verás no outro o reflexo de ti póprio. dá, pq acabarás por receber em troca - é o efeito boomerang do amor.
Enfim, n pretendo, de facto, fazer um tratado sobre a metafísica do amor, quis apenas partilhar uma ideia, boa? ;)

Anonymous said...

Gostei Carlota. Ser poeta é ser mais alto... mas ser poeta e filósofa é ser mais alto ainda :)) Beijos

Joana

Anonymous said...

querida autora (início de resposta das revistas populares), parece-me não teres entendido muito bem o meu comentário e mostras-te incoerente na resposta que lhe deste. Passo a explanar:
O espelho só reflecte o que lhe é dado a "ver", portanto, e só nesse sentido, poderá ser considerado egoísta. Por outro lado, quem o "alimenta" pretende que ele lhe corresponda com uma imagem de si próprio/a. Então, pergunto, aquele/a que se pretende ver reflectido pelo espelho, não é ele/a próprio/a um/a grande narcisista, um ser que necessita resposta favorável do outro lado, para que possa continuar a existir? Minha cara, o verdadeiro amor não necessita ser reconhecido, ama, simplesmente.
Se te apetecer, medita um pouco sobre o assunto. Não me pareça que algum dia o faças, afinal apenas pretendes "partilhar as idéias boas" que te passam pela cabeça.
Other

CMondim said...

Querido anónimo, obrigada por este momento de introspecção. Sinto-m agora uma pessoa melhor e mais consciente do q é amar.
agradeço q comentes sempre os meus poemas, se é q valerão a pena, pois apercebo-m q tens uma mais valia a acrescentar.

CMondim said...

a todos os q a temática do amor preocupa - leiam algo sobre o mito de Narciso e a ninfa Eco.

bjs