Wednesday, May 2, 2007

Ode à morte

Porque se chora quando a morte
Carrega em seus braços um ente querido?
Porque não se agradece
Quando ela traz o descanso de uma vida
vivida com lágrimas no rosto
e o sofrimento escrito num semblante
que questiona o sentido da vida?
A vida, sabemos todos, oferece-nos,
Como um alucinogénio, sorrisos soltos
Nos intervalos dos momentos vividos
Com o coração a desejar bater mais forte
Até à exaustão.
O que queremos todos?
Não é paz, descanso e tranquilidade?
Faça-se uma ode à morte,
Festeje-se a sua aproximação
Em regozijo e felicidade transbordante.
A vida é o caminho tortuoso que nos conduz
Ao descanso da alma.
Porque se representa a morte
Como um cadáver vestido de negro,
Quando é na verdade
Uma entidade envolta em suavidade que
Nos traz o troféu
Da batalha a que chamamos vida?
Viva-se a vida, mas festeje-se a morte!

Lisboa, 02 de Maio de 2007

Carla Mondim

4 comments:

spring said...

olá!
ao lermos este poema foi inevitável pensar para a forma como no Mexico se olha a morte, com o célebre dia dos mortos.
domingo iniciamos no "paixoes e desejos" as nossas "sessões de cinema", começamos com um clássico...***
bom fim-de-semana
paula e rui lima

CMondim said...

oi gente,
gosto mt do paralelo que fazem entre os meus poemas e o cinema.
diferentes formas de fazer arte (peço descupa pela falta de modéstia), mas ambas representivas da vivência humana.
um bem hajam e mts e bons filmes ;)

Anonymous said...

Adorei este post. Parabéns. Aliás parabens pelo blog que é de facto um prazer ler. Já está adicinado aos meus favoritos.
JAM

Unknown said...

cala a sua boca porra!
troféu pra vc caralho
pra mim não