Thursday, February 1, 2007

Candeia

Era noite e estava frio.
Desci as escadas a caminho da caverna.
Havia luz, havia calor.
Recolhi-me à espera da chamada.
Guiaram-me até ao âmago da terra.
Ali, as candeias anunciavam-me o caminho e
Questionavam-me se o queria percorrer.
Tinha vontade, tinha empenho.
Agora tenho a pedra e a alavanca.
Vou limar e afeiçoar as arestas,
Vou construir, vou criar,
Com trabalho, com dedicação, com amor.
Não vou correr, vou dar tempo ao tempo
Para que nasça a obra,
Tendo como farol a luz
Sempre presente e companheira.
Este é o meu caminho,
Vou percorrê-lo com determinação,
Vou dedicar-lhe tempo, como quem trata de uma planta.
Vou estar presente, atenta à revelação da verdade,
Atenta à luz da candeia.

Lisboa, 01 de Fevereiro de 2007.

Carla Mondim

1 comment:

Joana Roque Lino said...

É mesmo o reflexo de ti Carla, de alguém que nunca baixa os braços. Beijinhos

Joana