Thursday, February 22, 2007

Poluição/Renovação

Corria confiante e cristalina a ribeira jovem
Quando se abeiraram das suas margens
E nela depositaram o lixo fétido da parte mais escura do ser.
Entristeceu-se a ribeira.
Já não via o brilho do sol e a beleza fresca das flores.
Tinha a vista turvada.
O seu íntimo perturbado questionava – porquê?
Percebe, então, que faz parte do todo também o caos.
Vê agora com os olhos do espírito
e trabalha na reconstrução do seu ser.
Na aparência tudo é entropia,
Mas na essência reside a beleza.
Por isso, corre aquela ribeira jovem,
Tacteando, mas percebendo que o Amor faz nascer a vida
E que vale a pena viver por algo maior.

Lisboa, 22 de Fevereiro de 2007

Carla Mondim

No comments: