Friday, January 19, 2007

Ocaso

Passam os dias
E o que antes me enchia o coração
Está vazio de ti.
Que nostalgia
Dos momentos em que se anunciava um encontro,
Um enlaçar de braços,
Um sorriso trocado olhos nos olhos.
Deixei de sentir a adrenalina do toque,
A sofreguidão do beijo,
A necessidade de misturar o meu suor com o teu.
Ficou a solidão do abraço,
O olhar sombrio perdido na linha do horizonte.
Estou perdida, sem rumo.
Sem forças para caminhar
Em direcção ao sol,
Porque não nasce, como dizem, todos os dias,
É o ocaso.

Lisboa, 10 de Janeiro de 2007

Carla Mondim

2 comments:

Joaquim Marques AC said...

Dizem que o vazio tem um lado bom: o espaço suficiente para voltar a ser novamente preenchido. Um autocarro cheio só tem encanto para quem lá vai dentro, o vazio alegra todos os que o esperam. É sempre assim.
Joaquim

CMondim said...

Há sempre o outro lado, a outra perspectiva...