Friday, January 19, 2007

Um olhar posto no horizonte

Um olhar posto na linha do horizonte
Procura-te, deseja-te, anseia-te.
Não te encontras lá, porém.
Estás longe, distante.
Esse olhar que te procurou volta-se para dentro,
E refugia-se nas cores do seu mundo interior.
vagueio pelo desfiladeiro dos sentimentos q me precipitam na entropia,
Que me sugam a energia vital, mas, contudo, realimento-me de esperanças.
Olho novamente o horizonte e vejo névoa,
Os meus olhos estão cansados,
A minha luz trémula.
Volto a mim, reencontro-me, vivo no mundo das ideias, do abstracto.
Fortaleço-me para te continuar a procurar, a procurar-me,
Porque tu tens uma parte de mim, que te ofereci,
Que te dediquei.
Sou fraca, porém sou forte quando me encontro contigo,
Nos teus braços, no teu calor, no teu olhar.
Olho para ti atravessando-te para me encontrar.
Tens algo que me pertence,
Que quero resgatar,
Mas que não te quero tirar,
Porque é teu o que te dei
Com a suavidade do desprendimento
De quem dá com o coração.
De dentro volto o meu olhar para o exterior.
Estou frágil, mas quero caminhar
Para a luz do sol que se adivinha lá ao longe,
Para o calor que me promete fechar as feridas
De quem vive sem ter medo de dar.
Vejo uma promessa
E com a simplicidade de uma flor ao desabrochar
Abro-me para o que tens para me dar.

Lisboa, 21 de Dezembro de 2006

Carla Mondim

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